sábado

Sem título

 


    Meu grande amor, eu te deixo ir, eu te liberto. Não que você precise de licença ou permissão, não que você careça dessas palavras pra seguir seu caminho. Mas é que eu precisava que você fosse meu. Não sei ao certo se precisava, mas queria tanto, quero tanto, que não conseguia aceitar que você estaria melhor sem mim, por mais que já soubesse, que já sentisse que minha presença era na verdade seu maior revés. É que eu queria tanto fazer dar certo, meu amor! Você queria tanto também, eu sei! Hoje senti em você a calma que me dizia que tanto almejava e que não encontrava comigo. Queria dizer que talvez você ainda não perceba, mas sei que sua percepção sobre si mesmo se refinou ao mesmo passo em que eu me distanciei. Você enxerga com clareza agora, eu sei. E se vê melhor sem meu véu cobrindo seus olhos. Eu nunca quis ser esse véu, me desculpa, mas hoje vejo que fui! Eu te liberto, com dor, com vontade de que muito pudesse ter sido diferente pra que nosso amor pudesse continuar sendo. Não sei quando conseguirei de fato libertar a mim mesma dos meus anseios de você ser parte das realizações dos meus sonhos, mas hoje, honestamente, te liberto. E talvez esse seja o primeiro passo. 

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